História da Indumentária: Anos 60 - Revoltas e Rock'n Roll

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Escrito por Alessandra Poleti

Olá pessoas, como estão neste início de ano? Todos animados né, mas o aprendizado continua, sempre! E por aqui damos continuidade a história da indumentária: Anos 60 Revoltas e Rock'n Roll, digo sempre que vivo na época errada, pois esta década literalmente me fascina. Bora aprender mais? Preparei muuuito assunto por aqui sobre.
A década de 60 teve como reflexo a cultura jovem dos anos 50, principalmente no contexto ideológico. Começam a surgir a questão da liberdade e os movimentos contraculturais, que buscavam um novo estilo de vida imposto pela sociedade, como os movimentos: Flower Power, Black Power, Gay Power e as mulheres que lutavam pela liberdade com o Women’s Lib.
Anos 60 é muito confundido com os 50 que foi a época das saias rodadas de bolinhas e glamourosas, mas na verdade anos 60 é lembrar de: Twiggy, a minissaia, a liberação feminina, as pílulas anticoncepcionais, o Rock’n Roll , LSD e psicodelia. Na era das comunicações de massa, a televisão agregou famílias e mostrou o homem pisando na Lua. Além disso, foram tempos conturbados, revoltas e manifestações estudantis que agitaram todos os continentes, como as que marcaram: Praga, França,  Alemanha e também o Brasil.
A corrida espacial permeou a cultura nos anos 60 e o futurismo foi tema de diversas coleções sessentistas, trazendo para moda vestidos retos, estampas e inserções geométricas.
Em 1961, um astronauta russo chega ao espaço. 1969, Neil Armstrong, é o primeiro homem norte-americano a pisar na Lua.
A década possui acontecimentos importantíssimos para emancipação da mulher e em prol da sua liberdade sexual, inclusive, tendo sido chamada de revolução sexual: a primeira pílula anticoncepcional do mercado foi criada e chamada de Enovid-10.

Resumo Anos de 60 

Nessa época, existem muitos feitos memoráveis, como os jovens, filhos do chamado “baby boomers” (Os filhos da guerra). Em 1945, os Estados Unidos e o restante das Forças Aliadas declararam vitória na Segunda Guerra Mundial, os soldados voltaram para casa, a economia americana encontrou uma força renovada ao fornecer mercadorias ao mundo livre para reconstruir suas economias e as pessoas se estabeleceram e começaram a ter filhos. Muitos filhos. Em 1946, as taxas de natalidade cresceram bastante, iniciando um aumento estável que durou por quase 20 anos, essa geração mudou os costumes do mundo. Ela foi formada pelos filhos que mais se diferenciavam dos próprios pais, os baby boomers.
Quando os Baby Boomers eram jovens, eles criaram o movimento juvenil dos anos 60. Quando eles completaram 20 anos, criaram a cultura do excesso nos anos 70. Nos anos 80, eles eram os "Yuppies", encontrando seu caminho no mundo corporativo pela primeira vez. Hoje, os Boomers mais velhos estão se aproximando da casa dos 60 anos e, mais uma vez, os Estados Unidos estão se preparando para uma mudança no paradigma. A moda, passou a ser um indicador da mudança de modos e de comportamentos das grandes massas.

Anos de 60
Um momento onde ousadia x elegância reinavam, surgiram novas concepções de moda, estilistas dignos de serem recordados sem contar os ícones que ditavam moda e estilo como Twiggy, Audrey Hepburn, Mary Monroe, Elvis e The Beatles.  A música, cinema e moda estiveram ligados ditando a  moda.
Os rapazes usavam paletós sem colarinho, blusas com gola rolê e cabelos “tigelinha” com franjões pronunciados, inspirado no visual dos Beatles e Rolling Stones que influenciaram a moda masculina, e eles tinham mania de usar a gola rolê com ternos.. Elvis Presley também usava com jaquetas de couro.

Jackie Kennedy era celebridade absoluta na moda, com seu estilo discreto e elegante. Sua cartela de cores era suave em tons pastel e neutra.

Anos de 60 

As mulheres passaram a valorizar ainda mais o seu corpo utilizando como a principal base o estilo,  Brigitte Bardot e Audrey Hepburn.



As peças de roupas femininas possuíam um toque que proporcionam um visual menina-moça que era algo que passou a ser muito comum década de 60, caracterizado pelos vestidos rodados e mini saias. Em relação aos calçados que as mulheres usavam naquela época, as botas de cano longo começaram a marcar presença no vestuário feminino e, principalmente ganharam espaço no mundo da moda, onde permanecem até hoje.
Na maquiagem, os olhos eram o ponto central do rosto e definição também da época. Maquiagens dramáticas, delineador marcantes e cílios super longos. A utilização de cílios postiços se lançou e tornou-se muito popular e o bom era experimentar com diferentes cores, penteados, roupas e acessórios.
Foi uma década marcada pelos acessórios gigantescos, com óculos, brincos e anéis sempre grandes.


As empresas, conscientes de um novo público consumidor, começaram a criar produtos específicos para os jovens. Até então, não existiam roupas características, eram sempre parecidas com a dos adultos. Diferente de anos anteriores, a juventude ditava moda nos anos 60, a roupa serviu como um discurso de seus atos, que também não tinham nenhuma regra. A moda era não seguir moda, o que evidenciava mais ainda a liberdade e o comportamento individual.
A moda dos 60 foi revolucionária porque estava dando adeus à moda única e agora o que influenciava as pessoas na hora de se vestir era o comportamento
A Rebeldia foi simbolizada pelo jeans, jaqueta de couro, topetes e homens sentados em motos ou lambretas no estilo de ídolos do cinema como James Dean e outros.

As mulheres, não mais recatadas, deixaram de lado as saias rodadas estilo Dior e investiram nas calças cigarretes e diminuem as saias, O que não se imaginava é que 20 cm de tecido a menos,causaria tanto impacto na moda, pois foi então que surgiu a tão amada ou odiada minissaia, marco de uma verdadeira revolução comportamental; uma pequena peça do guarda roupa feminino que rapidamente foi adotada por todas as meninas da sociedade e tornando-se um símbolo de contestação de valores.


A minissaia foi criada por Mary Quant (que dizia: “Não fui eu que inventei e sim a rua que inventou) e André Courréges. Apesar de levarem o crédito pela "invenção", a minissaia já era algo que realmente já fazia parte da moda nas rua de Londres e de Paris. O sucesso da mini saia abriu caminho para novos nomes no cenário da moda mundial, como Ossie Clark, Jean Muir e Zandra Rhodes. Na América, Bill Blass, Anne Klein e Oscar de la Renta, entre outros, tinham seu próprio estilo, variando do psicodélico (uma mistura entre Art Nouveau, Egito Antigo e oriente), geométrico e romântico.


Mary Quant lança em 1967 sua coleção de botas e sapatos envernizados.
Em 1965, André Courrèges criou uma coleção de roupas que foi uma verdadeira revolução para a moda, em sua coleção estavam presentes roupas de linhas retas, minissaias, botas brancas, além das roupas espaciais, metálicas e fluorescentes com a visão já para o futuro.


O movimento artístico Pop Art foi o que causou maior impacto. Artistas como Andy Warhol, Roy Lichetenstein e Robert Indiana usaram a irreverência e a ironia em seus trabalhos. Warhol usava imagens repetidas de símbolos populares da cultura norte-americana em seus quadros, como as latas de sopa Campbell, Elvis Presley e Marilyn Monroe.


A Op Art [abreviatura de optical art, corrente de arte abstrata que explora fenômenos ópticos] com estampas psicodélicas, também fez parte dessa época e estava presente em estampas – a arte contribuindo com a moda.


A meia-calça colorida é um dos símbolos dos anos 60, com listras, rendas e linhas geométricas. As meias finas três-quartos, que vão até o joelho ou canela eram usadas com calças compridas. A meia-calça proporcionava as mulheres muito mais conforto e segurança, principalmente ao usar uma minissaia ou dançar rock.

O mini vestido com modelagem trapézio e o corte em “A” se tornou uma das marcas registradas do vestuário feminino na década de 60. Os botões eram usados muitas vezes como utilidade de decoração nas peças de roupas. Casaquetos e casacos também com o corte “A” entraram na lista de elementos que remetem a década de 60.


No Brasil, a Jovem Guarda fazia sucesso na televisão e ditava moda. Wanderléa de minissaia, Roberto Carlos, de roupas coloridas e como na música, usava bota sem meia e cabelo na testa [como os Beatles]. O grupo Os Mutantes também ditavam moda, porém seguiam o caminho da contracultura e afastaram-se do vestuário jovem guarda.
Lutava-se contra a ditadura militar [não necessariamente Roberto Carlos e a Wanderléa, mas outros sim], e contra a reforma educacional. Houve também o Tropicalismo, um movimento artístico que trouxe os conceitos modernistas para as artes no final da década de 60 , misturando pop, rock e cultura de elite. Teve como principais personalidades Caetano Veloso, Gilberto Gil e Tom Zé.


Dener Pamplona de Abreu no Brasil era o grande nome da moda no Brasil e tornou-se o estilista oficial da primeira dama brasileira, Maria Tereza Goulart, esposa do então presidente Jango.

 
Destacou-se como estilista de uma moda refinada. Seus vestidos de noiva e de festa eram sofisticados. O primeiro a questionar a identidade da moda brasileira e a vangloriar-se de ser “o criador da moda nacional”. Denner fazia a linha mousseline, voal, tudo com tecido muito fino e luxuoso.

Clodovil Hernandez ganhou fama como estilista de alta costura, mantendo uma "rivalidade" com Dener nos anos 60.
Clodovil foi uma das figuras máximas da alta-costura brasileira. Os modelos assinados pelo estilista eram disputados por socialites e celebridades. Ainda no começo dessa carreira, ganhou o prêmio mais cobiçado do mundo da moda, o Agulhas de Ouro. Clodovil lançou a moda camisa paletó. Essa peça criada por Clodovil, uma mistura do formal com o conforto, que introduziu no guarda roupa masculino um despojamento necessário a um país tropical. A peça, feita em geral de linho rústico, tinha detalhes da camisaria masculina como, ser usada diretamente sobre a pele. Porém tinha uma estrutura de um paletó, mangas, abotoamento, e o corte de um paletó.

As roupas unissex  ganharam força. O que antes era muito comum os homens e as mulheres terem o seu figurino separado, a moda unissex chegou com força total, principalmente nos jeans e camisas sem gola. Pela primeira vez, a mulher começou a se vestir com roupas tradicionalmente masculina como o smoking. O smoking foi criado para as mulheres por Yves Saint Laurent exatamente em 1966. Nessa época, a alta-costura estava praticamente sendo deixada de lado no mundo da moda.
Seguindo a mesma tendência ultramoderna, Yves Saint Laurent criou seus famosos vestidos tubinho inspirados nos quadros de Mondrian.
Yves Saint Laurent tornou-se sinônimo de moda e alta-costura, quando criou o smoking para mulheres, as botas de canos longos que iam até a coxa, as jaquetas de couro preto e o terninho com blusa transparente, em 1968, permitindo que as mulheres pudessem unir elegância ao conforto. 

Na década da rebeldia, o estilista inspirou-se em Andy Warhol, símbolo da pop-art.
A lingerie também alcançou mudanças proporcionando mais conforto no uso, tanto para usar com a minissaia, quanto para dançar. A moda praia, ainda era bastante restrita entre as mulheres, pois as poucas que tinham coragem de usar trajes de banho eram consideradas levianas. A moda praia era composta de peças fechadas e geralmente tinha uma saia que deixava o visual mais feminino e romântico. Aos poucos o biquíni foi aceito pela sociedade.
Anos de 60Anos de 60

No final da década de 60, Londres perdeu a atenção para Califórnia, onde várias manifestações de movimentos como feministas, pacifistas, negros (black power), gays e hippies começaram a tomar uma repercussão mundial.
O movimento hippie, que pregava, de uma maneira sucinta, fazer exatamente tudo ao contrário do que a consumista e conservadora sociedade americana fazia: usar batas, jeans e chinelos no lugar do terno e gravata. Deixar os cabelos compridos, contrapondo com o corte militar imposto aos jovens, obrigados a se alistar no exército.



Pregar a paz, em uma época que só se promovia a guerra e usar cores [muitas cores], ao contrário dos tons apagados que envolviam o mundo. A liberdade, a natureza e a sexualidade foram os assuntos chaves deste movimento e o símbolo mais usado no movimento hippie foi o símbolo da paz “☮” criado para uma campanha contra o desarmamento nuclear na Inglaterra.
Além da paz e o amor, o movimento hippie valorizava a liberdade (principalmente a liberdade de expressão e sexual), a não discriminação das minorias e grande valorização do meio ambiente, tendo preferência pela alimentação de produtos naturais e orgânicos.

Não demorou nada para que a moda psicodélica lançada nos EUA chegasse à Europa, onde o público feminino ainda usavam peças inspiradas nas viagens espaciais, com mini vestidos/saias metalizadas e botas brancas de cano longo [descritas anteriormente].

Anos de 60Anos de 60
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O conjunto de toda essas manifestações culturais, recebeu o nome de contracultura, ou seja, uma busca de um estilo de vida fora do convencional. Nesse passo, a moda começou a dar uma maior atenção a aspectos mais "politicamente engajados", como o vestuário camponês, operário e étnico.

Anos de 60

Se há um momento na história da moda que podemos chamar como o mais moderno de todos, não resta dúvida que esse momento vai de 1960 à 1969. A década de 1960 teve grande importância para o que conhecemos de “moderno” hoje. Ela mostrou de diversas maneiras a evolução do comportamento da época influenciando no modo de vestir.

Anos de 60É nesse período que, pela primeira vez, os jovens foram vistos e percebidos pela sociedade. A moda, pela primeira vez, olhava para o que vinha das ruas. Não só a moda, mas a sociedade no geral, e a esse movimento foi dado o nome de modernismo. Eles eram irreverentes, iam ao oposto do que era esperado por todos. A moda também ficou descrita por usar o que não está na moda.
A década de 60 representou, no início, a realização de projetos culturais e ideológicos alternativos lançados na década de 50, onde foram marcados por uma crise da sociedade.
A segunda metade dos anos 50 já prenunciava os anos 60: a literatura, o rock de garagem à margem dos grandes astros do rock e os movimentos de cinema e de teatro de vanguarda, inclusive no Brasil.
Década que transmitiam do paz e amor, lemas da época, por cores alegres e estampas floridas, demonstrando sensibilidade, romantismo, descontração e bom humor, como também a liberdade de expressão perante o regime da ditadura encontrado em uma série de países, dentre eles o Brasil.​
Década de 60, resumidamente se descreve em liberdade, expressão e evolução do comportamento influenciando na moda. Foi um momento da valorização da moda, arte  e da sociedade dita de consumo.

 

MÚSICA - INFLUÊNCIA NA MODA


The Beatles
Rolling Stones
Wanderléa
Elvis Presley
Os Mutantes


HERANÇA ESTÉTICA NA MODA
Se tem uma década que mais vai e volta na moda, esta década é a 60. Com toda sua bagagem de história e alterações na moda e comportamento, até hoje vemos esta influência.


A minissaia nem precisamos falar, esta foi a eterna e histórica peça que chegou nos anos 60 e se faz presente até hoje de várias formas, estilos e tamanhos. A calça cigarrete também é outra peça que sempre volta e se torna uma peça para compor um visual mais casual e confortável. Sapatos envernizados são o auge do momento pelos fashionistas. Óculos grandes são outro ícone da época.


Anos 60 passou-se deixando um grande marco cultural na história e também servindo de fonte de inspiração para várias pessoas que exercem um papel na moda, na música e na dramaturgia atual, seja ela na roupa, na maquiagem ou no cabelo.Artistas como Lana Del Rey, Amy Winehouse, Anne Hathaway, Mariana Ximenes e Adele adotaram o visual.


Na moda masculina, paletós, jaquetas de couro e jeans sempre são de uso, e agora voltando as camisas com golas rolês.
Quem quiser saber ainda mais, fiz um site para trabalho da faculdade onde meu tema era saia sustentável inspirada nos anos 60, onde tem muita coisa por lá: http://alepoleti.wixsite.com/modasustentavel

Bom ficamos por aqui rsrsrs e espero que tenham gostado de saber mais desta época que muitos pensam ser saia midi de bolinha, mas náo é!
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Beijos e até breve, @alepoleti ;)

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