SAIA SUSTENTÁVEL 4 EM 1 INSPIRADA 60'

09:30:00

Escrito por Alessandra Poleti

Olá pessoas como estão? Espero que bem hein…Hoje vamos novamente falar sobre moda sustentável, porém mais especificamente sobre SAIA SUSTENTÁVEL.

Na faculdade, todo período nos é solicitado um projeto integrador (P.I.) que é como se fosse um trabalho de final de cada período (para vocês entenderem). Na minha turma já passamos pelo P.I. Moda Inclusiva (clique aqui para ver sobre moda inclusiva) e o de Saia Sustentável, então trouxe aqui para compartilhar com vocês minha experiência e trabalho final.

Neste P.I. optei por fazer sozinha devido a vários motivos, mas o principal foi para testar minha capacidade de desenvoltura e até onde sou capaz de ir no que quero seguir: criação.

Este projeto foi proposto com o objetivo de abordar o que é moda sustentável porém com ênfase em alguma década entre 1900 à 2000. Escolhi a década de 60, não vou mentir (pq é feio e pecado) que na hora me veio a mente a época das saias rodadas de poá…porém a partir das pesquisas vi que não era, claro que tinha também, mas bem no inicio pois a saia rodada de poá é característica dos anos 50, depois as coisas mudam, enfim… eu percebi que os anos 60 era muito mais do que “mais uma década”.

Com bases em pesquisas tínhamos o desafio de criar, desenvolver e apresentar uma saia sustentável inspirada na década escolhida.

RESUMO DA DÉCADA DE 60

Podemos dizer que o início da década foi concretizada por projetos culturais e ideológicos iniciados na década de 50. É comum ver em artigos e textos que a década de 60 foi duas décadas, uma de 1960 à 1965 marcada pela inocência e lirismo nas manifestações socioculturais no espirito de luta política do povo. Já a segunda, 1966 à 1968 (1969 já apresenta características que define 70’), possui um tom mais acido revelando experiências com drogas, a perda da inocência, revolução sexual, protestos juvenis e outros…

Foi a década dos avanços da medicina, das viagens espaciais que para a época eram exemplos do avanço da tecnologia transmitindo modernidade. Tudo isso refletia completamente na arte, musica e na moda.

Esta é época em que observamos várias mudanças na moda, principalmente na feminina, que antes era delicadas, sofreram grandes transformações.

Pensar na década de 60 para mim agora, é pensar na ditadura militar, tropicalismo, Twiggy, The Beatles, Minissaia - pois ai que surgiu a tão amada ou odiada por muitos. (Vocês verão mais detalhes sobre a década mais a frente nas tag #história da moda), também foi a década que deu inicio ao movimento hippie.

INSPIRAÇÃO

Bom, como inspiração para minha saia usei todos os detalhes acima e muuuito mais, óbvio!

Fotos originais da época

Usei para minha criação fatores de grande referência da época, tais como botões grandes, minissaia (tinha que ser o ícone da época), e a pegada futurista dos 60’.

CRIAÇÃO DA SAIA / CROQUI

SUSTENTABILIDADE UTILIZADA

A moda sustentável é aquela que em todas as suas etapas, preza pelo respeito ao meio ambiente e à sociedade mas valorizando as pessoas envolvidas na produção e incentivando o consumo consciente. Ela consiste basicamente em utilizar materiais recicláveis ou que sejam menos agressivos ao meio ambiente do que os tradicionais.

Pode ser resumida em quatro pilares:

Social: que possua uma relação com o indivíduo e que se preocupe com a cadeia produtiva do pré-consumo, ou seja, quem produziu, onde, como e sob quais condições de trabalho;

Cultural: que tenha ligação com as raízes e origens da peça;

Ecológica: que busque alternativas de menor impacto negativo no meio ambiente;

Econômica: que gera renda, baixo custo na produção, reaproveitamentos e que proporcione desenvolvimento local. (Clique aqui para saber mais sobre moda sustentável)

Pensado nestes pilares, minha escolha foi utilizar algodão orgânico (cru) com tingimento natural.

ALGODÃO ORGÂNICO (CRU)

A cultura de algodão comum é a maior utilizadora de agrotóxicos do mundo, provocando a intoxicação e morte de milhares de agricultores, peixes, pássaros, insetos e outros animais, além de poluir o solo, o ar e a água. Por outro lado, o algodão biológico/orgânico/cru é cultivado em solo livre de pesticidas e herbicidas, usando métodos de agricultura biológica, produzindo assim tecidos saudáveis sem comprometer a qualidade da nossa água e ar e sem agredir meio ambiente, humanos e animais.

O algodão biológico ou orgânico além de conter as propriedades e características do algodão comum é ainda antialergénico e biodegradável (demora cerca de 3 meses para se decompor na natureza).

CORANTE NATURAL DE BETERRABA

Por mais que se tente reutilizar cascas ou fazer receitas com restos, como no caso da casca de beterraba, muitos restos de legumes acabam indo para o lixo. Entretanto, este é um rico material que pode ser reutilizado para a produção de tintas de tecido, as quais são ecológicas e saudáveis.

Usar plantas para tingir roupas não é evidentemente novidade. Porém, o fato não é de poder tingir com plantas, mas de poder tingir com o que se há de mais acessível na cozinha: nossos próprios alimentos, ou melhor os “ restos"! E o mais interessante de tudo isto é que nem precisamos desperdiçar alimentos para tingir, já que o tingimento se dá com seus restos, como sementes, cascas e outras partes não comestíveis. Não tem como ser mais ecológico do que isto! Escolhi os restos da beterraba por ter em casa (rsrs) e pela cor que eu queria, um tom rosado devido umas das cores da época.

Os corantes naturais são utilizados há mais de 5.000 anos, atingindo o perfeito técnicas em sua aplicação entre 1.800 a 1.900, entrando entrou em desuso quando a indústria química sintetizou as primeiras anilinas. Há uma variedade de plantas que podem ser usadas para se produzir corantes naturais, além de reduzir a emissão de efluente químicos, melhora nossa qualidade de vida.

DURABILIDADE E CONSERVAÇÃO

Ao trabalhar com corantes naturais surgem dúvidas quanto à sua durabilidade e conservação. Dependendo da aplicação, ela terá comportamentos diferentes.

Com raras exceções, as tintas vegetais são sensíveis à luz e sempre vão perder um pouco da sua cor. São instáveis, por isso se consegue belíssimas cores de flores e frutos, que depois ficam amarronzadas. Portanto, as pinturas feitas com tintas vegetais são frágeis e não devem ficar expostas ao sol. Se não forem tomados os cuidados corretos, pode criar fungos no próprio tingimento.

PATCHWORK - RETALHO DE FELTRO

O patchwork é a emenda de retalhos costurados de maneira a criar desenhos e reciclando o que iria se jogar fora.

CONCLUSÃO FINAL E EDITORIAL

Para mim, literalmente foi um desafio fazer esta saia, principalmente pelo fato de optar fazer só(como disse acima) e por não saber praticamente costurar. Quis testar até onde poderia ir e ser capaz.

Gostei muito do resultado, claro que ainda pode melhorar, e muito. Mas ninguém nasce sabendo de tudo, né?!

Estou aprendendo a costurar, então considero este o maior desafio do projeto, pois ainda estou pelas descidas e subidas mas chegarei na reta em breve (rsrs). O segundo desafio foi pensar em qual sustentabilidade adotar e como "casaria" com a década.

Os 60' simplesmente foi a década que eu deveria ter vivido, foi muito bom entrar de cabeça nessa década e aprender muito mais sobre.

Fiz um site para compartilhar mais sobre os dois assuntos, sustentabilidade e anos 60, pois ainda temos poucos sites que falam sobre mais afundo sobre ambos. (Clique aqui para ir ao site) .

O resultado final foi uma saia com alças removíveis podendo ser utilizadas de 04 maneiras.