São Paulo: Compras e Evento com Suzy Menkes
09:00:00Escrito por Alessandra Thayssa
Olá minha gente! Como anda a vida? Atarefada ou tranquila?
Independente disso, espero, acima de tudo que esteja tudo bem com vocês.
Na semana retrasada eu estive em São Paulo auxiliando minha mãe, que é
proprietária da multimarcas Lilac Store em Fortaleza, a fazer as compras
das peças que serão comercializadas às clientes, na loja. Foi um
momento muito gostoso por poder matar a saudade da minha mãe (e minha
avó, que também nos acompanhou), mas também de muita responsabilidade e
cansaço, afinal o papel de um comprador de moda (ou buyer) é reabastecer
as araras baseado em um amplo conhecimento do mercado, do cliente, das
tendências que vão pegar e dos números de vendas anteriores. E
cansativo, porque a gente passa o dia andando procurando marcas bacanas,
escolhendo, analisando e passando muitas horas em pé. Só quem é
comprador sabe bem o que é isso.
Uma amostrinha das peças lindas que estarão na loja! |
Suzy Menkes é a jornalista de moda mais conhecida do mundo. Tem 72 anos de idade, cinquenta dos quais só de experiência nessa área. Trabalhou em jornais e revistas de grande prestígio como The Times, The New York Times, The International Herald Tribune e Harper’s Bazaar. Após 25 anos como comentarista na seção de moda do The International Herald Tribune, ela saiu em 2014 para se tornar editora internacional da Vogue online em 20 nacionalidades e também é organizadora da conferência anual de luxo da Condé Nast Internacional, sobre o mercado de luxo. Ela é conhecida por seu penteado, um topete pompadour bem alto, e por suas críticas afiadas e sinceras, tanto positivas quanto negativas.
Suzy Menkes posa para fotos após o bate papo |
Sobre curiosidade
Suzy disse
que é uma eterna curiosa e fascinada por todas as culturas. Falou que
toda vez que vai a um país gosta de explorar e entender a cultura local.
“Trabalhando para a Condé Nast online, eu tenho acesso aos 20 países
onde a Vogue está. É muito interessante ver como cada revista tem o
espírito da Vogue em si e o espírito próprio da sua cultura. Não poderia
vir ao Brasil e apenas comprar isso ou aquilo sem antes entender a
cultura de vocês.”
Sobre a moda brasileira
“Acho
muito interessante. Existia uma ideia de que Brasil era só moda praia,
mas isso mudou. Adoro o colorido do país e gostaria de ver mais disso
refletido na moda local. Também fiquei muito impressionada com o que vi
sendo feito no couro. Tive que tocar para acreditar que era couro mesmo
(se referindo ao desfile da grife Patricia Viera, especialista no
material).”
Sobre ser Jornalista de Moda
“Uma das
coisas que mais me perguntam é, o que é um bom jornalista de moda. Para
mim, não é nada diferente do que faz qualquer jornalista ser bom: ter os
olhos abertos, interesse, curiosidade e capacidade de contar uma
história. Alguns blogs são muito bons, mas outros, eu gostaria de
ensinar que precisamos sempre nos perguntar: o que você está tentando
dizer ao leitor? Tem que contar uma história: quem, quando, onde e porque. E tem outra questão: fotos não substituem ver a moda ao vivo.
Assistir a um desfile, olhar e tocar uma roupa, tem muitas sutilezas que
fazem a diferença.”
Sobre como ter sucesso na área de moda
“Pediram
ao Karl Lagerfeld (estilista da Chanel) que ele citasse três segredos
para ter sucesso no mundo da moda. Ele respondeu: trabalho, trabalho e
trabalho. Penso igual. Pessoas bem-sucedidas trabalham muito. Mas é
preciso amar o que se faz e estar aberto e curioso para aprender todos
os dias. Eu vivo fazendo perguntas.”
Sobre ter chegado no auge da profissão
“Não
acho que estou no topo da minha carreira. Adoro ter montanhas para
escalar e novas descobertas, isso é o que me move. Todo artigo que
escrevo é um desafio.”
Sobre que conselhos dar aos novos designers brasileiros
“Dar
conselhos é algo difícil de se fazer agora, pela velocidade com que o
mercado tem se comportado. Mas posso dizer aos brasileiros que se
preocupem em gerenciar a sua marca, conhecer o seu público e os seus
compradores (de moda), isso é muito importante. Quem está começando pode
se unir com outros novos estilistas, para ir a feiras, congressos e
montar um showroom para mostrar suas peças ao mercado. Mesmo que tenha
um custo alto, é possível se associar para conseguir isso. É preciso
interagir e se ajudar. Quanto mais troca de experiências, mais potencial
criativo é gerado, consequentemente boa ideias podem vir e se
transformar em lucro real.”
Lookito no dia do evento |
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