Transição Capilar: Isso não é sobre estar na moda, muito menos só sobre cabelo
09:30:00
Escrito por: Gabriella Rodrigues
Olá pessoal, tudo bem com vocês? Espero que
sim. Dei uma sumida por aqui semana passada porque eu me formo em menos de um
mês (!!!!) e as coisas estavam um pouco complicadas com tempo e etc. Hoje a
gente não vai falar de tendência. Nem de estilo. Nem de alguma época de
história da indumentária, ou alguma profissão para quem atua na área de moda.
No post de hoje, eu quero deixar o clima bem mais intimista e falar com vocês
não como blogueira e leitores, mas como amigos que somos.
Essa aí na foto acima sou eu. Prazer, Gabriella
Rodrigues. Diferente do que vocês lembravam vendo outras fotos minhas por aqui?
Tenho certeza que sim. Essa sou eu algumas semanas atrás, no meu quarto, tirando
fotos com o celular no temporizador.
Já essa aqui, é quem eu fui por um bom tempo
antes. A menina do cabelo longo, com ondas que faziam todo mundo perguntar “como
é que você faz?”. Eu nunca fiz escova progressiva no meu cabelo, não. Mas eu
costumava usar relaxamentos de tempos em tempos, e o meu cabelo estava
constantemente na chapinha/escova + técnica de cachear com uma meia (uma meia?
É. Joga no Youtube).
Eu amava meu cabelo ondulado, eu realmente
amava, e eu teria ficado o resto da vida assim, mas eu quis saber quem eu era.
Você sem dúvida já deve ter visto muita gente, mas muita gente mesmo, por aí
falando sobre transição capilar, empoderamento, beleza natural, e todas essas
coisas, e quando eu era só mais uma pessoa que mudava a forma do meu cabelo, não
fazia muito sentido pra mim o quanto era importante ter gente falando disso.
Apoiando isso. Deixando isso ser normal.
Mas aí, uma série de coisas começou a me
incomodar sobre aquele cabelo falso, que arrancava elogios das pessoas e que me
dava um trabalhão. Primeiro, o fato de ele ser falso. Será que as pessoas iam
me elogiar tantas vezes quanto elas me elogiam se elas vissem o meu cabelo de verdade
(Eu descobri depois que não)? Depois, o fato de estar sempre em uma “prisão”
com o cabelo. Se de repente aparecesse algo pra eu fazer fora no fim de semana,
eu não ia, porque eu tinha que ficar em casa e lavar o cabelo. E secar o
cabelo. E ondular o cabelo. E isso levava tempo.
Eu fui me acostumando aos poucos com a ideia de
tentar voltar a ser uma pessoa que tem um cabelo natural, independente de qual
curvatura. Eu abri mão do meu cabelo grande, e decidi que eu não ia mas fazer
relaxamento. Isso foi bem silencioso, eu continuei fazendo chapinha/escova e
continuei mantendo meu cabelo como eu e todo mundo gostava, mas eu sabia que ia
chegar a hora em que a parte que ainda estava com alisamento ia sumir, porque
eu fiquei mantendo o comprimento, cortando sempre.
E essa parte sumiu. Há mais ou menos três meses,
no carnaval desse ano, eu decidi que eu não queria mais esconder o que o meu
cabelo era de verdade. E aqui vem a tecla que todo mundo bate quando fala de
transição capilar: EU QUIS DESISTIR DENTRO DE DOIS DIAS.
É tão difícil você sustentar esse começo, é tão
difícil! Porque as pessoas na sua casa vão olhar pra você e perguntar porque
você não “arruma” o cabelo. E as pessoas conhecidas quando te encontrarem vão
dizer que tá diferente, mas não que tá bonito. Se você tiver amigos como os
meus, melhores pessoas da vida, eles vão te apoiar, porque diferente de quem tá
dentro da sua casa, ou daquele vizinho, os seus amigos já podem entender com
mais facilidade como é importante que você esteja querendo descobrir a sua
identidade.
O título do post diz que transição capilar não
é sobre estar na moda, fazendo porque todo mundo está fazendo, ou muito menos só sobre cabelo. É sobre DESCOBRIR A SUA IDENTIDADE.
Transição capilar é sobre perceber o que você
fez com o seu cabelo em todos os anos que você ligou pra o que todo mundo
pensava, e agora viu que ele está deformado. Que você vai precisar ter muita
força de vontade para lidar com texturas diferentes, descobrir qual a sua
curvatura, como cuidar dela, que produto usar, como finalizar, e ver também como
ele vai ficando melhor a cada semana.
Mas, entre todas as coisas que a transição capilar
tem me ensinado, a mais importante é sobre autoconfiança.
Eu era uma pessoa extremamente vaidosa com o
meu cabelo. Não tinha chance nenhuma de você me ver por aí com o “cabelo feio”.
Mas a partir do momento que eu entendi que não existe “cabelo feio”, e passei a
não ligar para o que os outros achariam do meu cabelo, eu fui bem mais feliz.
Se você é alguém que passa pela transição capilar
agora, ou pensa em começar, mas não tem coragem, eu tenho uma coisa pra te
dizer: FAÇA ISSO POR VOCÊ MESMA.
Não faça isso porque alguém vai achar a atitude
legal (até porque vai aparecer mais gente pra criticar negativamente do que pra
apoiar, pode ter certeza). Faça isso porque você quer ser uma versão natural de
você mesma, não uma versão modificada.
Pare de pensar no que todo mundo acha bonito ou
feio, e entenda que o SEU CABELO tem que ser do jeito que VOCÊ GOSTA, e se VOCÊ
o achar bonito, não importa a opinião de mais ninguém.
Mas se você não tem vontade de fazer, não faz.
Se pra você é mais confortável alisar o cabelo, ótimo. Eu não sei sinceramente
se eu vou ficar com o cabelo cacheado pra sempre. Pode ser que ano que vem me
dê na telha e eu queira alisar de novo, até porque eu já disse que eu gosto do
meu “cabelo de antes”.
Mas eu sou muito grata pelo meu passo de
coragem para estar passando por essa fase, e todo dia quando eu me olho no
espelho, ainda vem aquela sensação de “quem diria que você ia fazer isso?”. Resumidamente,
a transição não me deu uma perspectiva sobre estar “entrando na onda” do
natural, mas me deu autoconfiança pra entender que eu posso ser como eu quiser.
Essa aí sou eu hoje, e daqui a alguns meses eu
espero estar com o cabelo maior, mais definido, cheio e oficialmente cacheado,
tendo deixado a transição pra trás.
Se você ainda não entendeu o meu recado com
isso tudo, eu vou citar uma frase de uma mulher inspiradora pra mim, pra ver se
te ajuda de uma vez:
“Você não é a opinião de alguém que não conhece
você, ou não se importa com você.” – Taylor Swift.
Então, eu espero que depois disso, você saia
desse computador ou celular e vá fazer o que você quiser fazer, ser quem você
quiser ser. Não deixe isso nas mãos de outras pessoas, não deixe. VIVA POR
VOCÊ!
Então é isso, pessoal, até o próximo post.
Acompanhe a mim e ao blog nas redes sociais para saber sempre que tiver post
novo e ficar por dentro das novidades!
Aquele beijão de sempre! <3
4 comentários
Arrasou nas palavras Gabi!Eu passei por todas essas fases, e me orgulho muito de ter conseguido assumir meus cachinhos , até minha forma de ver mundo mudou desde entao.
ResponderExcluirE vc menina, está maravilhosa , é incrível como consegue ser linda de qualquer jeito <3!
Que amor!!! Muito obrigada!!! <333
ExcluirO feio esta nas mentes quadradas e preconceituosas, pois o belo esta na diferença das cores, na natureza na vida. Que possamos ser o que quisermos ser, que sejamos sempre pessoas do bem. Sucesso Gabi, você é linda de qualquer jeito.
ResponderExcluirConcordo com você, obrigada Einstein!! <3
Excluir