História da Indumentária - Egito

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Escrito por: Gabriella Rodrigues
Imagem do livro História do Vestuário no Ocidente - François Boucher

Olá pessoal! Hoje darei continuidade a nossa série de postagens sobre História da Indumentária, que traz um conteúdo de moda muito bacana para quem é curioso e gosta de saber de onde as coisas vieram, pois muito do que usamos foi herdado de tempos passados. A cada período histórico foram surgindo tecidos, modelagens, técnicas e alguns materiais que estão no nosso meio até hoje. Sejam peças reinventadas, apenas referências, ou literalmente como se tinha há séculos atrás, é sempre bom saber como tudo começou.

Imagem do livro História do Vestuário no Ocidente - François Boucher

A indumentária do Egito Antigo é muito conhecida, graças aos registros históricos nas paredes de templos e túmulos, e também pelas peças encontradas no mobiliário funerário. O país, do ponto de vista político e econômico, sofre várias oscilações entre cerca de 3200 e 1500 a.C. mas durante esse período o Egito é pouco submetido a influencias externas, e permanece tradicional principalmente na alimentação e nas vestimentas. Isso torna o vestuário bem característico e sem alterações drásticas.

Imagem do livro História do Vestuário no Ocidente - François Boucher

 A roupa e os adereços egípcios eram usados para enaltecer o corpo. A vaidade era muito comum entre homens e mulheres, que gostavam de tecidos transparentes para dar visibilidade ao bronze da pele. Joias e maquiagens eram utilizados por ambos os sexos. Usada também como forma de distinção social, as roupas vão caracterizar escravos, comerciantes, sacerdotes, soldados, nobres, tendo cada grupo a sua maneira cabível de se vestir. Esse fato também contribui para que a indumentária permaneça com poucas mudanças. O pudor não era levado em consideração, sendo muito comum para os escravos que andassem com pouquíssima roupa, apenas uma tanga, e muitas vezes até sem nada.

Linho

Os egípcios consideravam a lã e peles de animais impuras, por isso, a civilização usava o linho, uma fibra vegetal, de forma quase exclusiva. O tecido tinha vários benefícios: A fibra era cultivada na própria região, era transparente, o que atendia ao desejo de exibir a pele e era um tecido leve. Isso era importante no clima desértico do país. As práticas de higiene eram muito valorizadas, então a fácil limpeza do tecido, pelo fato de secar rápido, era só mais um ponto positivo. Para os nobres, era comum que o linho fosse drapeado. No caso dos Faraós e suas rainhas, o tecido chegava a ser plissado, pela precisão e finura das pregas, que demandava mais status. 


Estatueta de Amenófis IV e Nefertiti, em calcário. Musée du Louvre, Paris.
O chanti era a peça masculina mais tradicional. Tratava-se de uma tanga amarrada na cintura, conforme mostrada em Amenófis, na figura acima. A peça possuía variações e para a realeza era mais rebuscada com pregas e enfeites. O kalasíris era a túnica feminina, que também possuía versões masculinas, variando o tamanho. Para os homens, chegava até os joelhos, e era usada por cima do chanti. 

Portadores de oferendas, proveniente do túmulo de Meketré, em madeira pintada. Museu Egípcio, Cairo. As esculturas usam kalasíris estampados.
No período de Tutmés III, houve um desenvolvimento notável na arte têxtil, com incursões expansionistas na Ásia. Em consequência disso, a introdução de técnicas e modas asiáticas foi feita na indumentária egípcia, e passou a existir o uso de cores, e até algumas estampas no vestuário. As cores mais comuns eram tons de verde, e azul, e também o amarelo, e estampas tinham geralmente padrões gráficos de listras, zigue-zague, entre outros.

Papiro mostrando a Rainha Nefertari e a deusa Ísis usando kalasíris. A roupa da rainha possui um manto transparente drapeado por cima, com uma amarração na cintura. A deusa usa uma versão colorida. 

O kalasíris podia ser justo, delineando o corpo das egípcias, algumas vezes até dificultando o caminhar, e foi essa peça que deu origem ao vestido bandage. Era comum as mulheres usarem um tecido transparente por cima do kalasíris, já que geralmente ele não cobria os seios.

Amarração do traje feminino egípcio
Por questões de higiene, para evitar pragas de piolhos, os egípcios costumavam raspar os pelos do corpo, inclusive da cabeça. Os homens usavam um adorno de tecido na cabeça e as mulheres perucas. A maquiagem era comum para homens e mulheres. Eles maquiavam a parte inferior dos olhos com a ajuda de pó de galena (preto) ou crisocola (verde) para afastar os vetores de doenças oculares. Nas unhas era usado henê, que dá um tom alaranjado. As joias eram imprescindíveis e a mais tradicional era o oskh, uma espécie de gola feita com contas esféricas coloridas. Existiam vários amuletos que eram usados para proteção, reverenciando os deuses. Entre eles, o mais comum era um escaravelho usado no pulso esquerdo. 


O Antigo Egito até hoje continua sendo inspirador, seja com suas modelagens, referências gráficas para estampas, cores ou misticidade. Aqui estão alguns estilistas que fizeram coleções baseadas nesse povo nos últimos tempos.

Samuel Cirnansck - Outono/Inverno 2013

Lolitta - Outono/Inverno 2015


Givenchy - Outono/Inverno 2016
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